quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Fique por dentro do Rio Oiapoque!

Rio Oiapoque - Limite geográfico entre o Brasil e a Guiana Francesa (à direita)

Fonte: http://br.viarural.com/

O Rio Oiapoque é um importante marco na definição da fronteira brasileira uma vez que caracteriza a divisão entre o Brasil e Guiana Francesa. Conforme Conte (2007), este rio tem sido palco de imensas batalhas e conflitos ao longo de sua história sendo que só foi declarado brasileiro no ano de 1900, graças ao jogo diplomático do Barão do Rio Branco.  
Após a vitória brasileira, definiu-se que o nome seria rio Oiapoque devido à cultura indígena local ao contrário de rio Vicente Pinzón, em homenagem ao descobridor de sua foz. Logo, lendo livros da história local, pode-se encontrar referências aos dois nomes os quais representam o mesmo rio.
A nascente do rio Oiapoque está localizada no Parque Nacional da Serra do Tumucumaque, considerado o maior parque do mundo em área florestal tropical, abrangendo uma área de 3,8 milhões de hectares (UNIFAP, 2005). O rio tem aproximadamente 350 km de extensão e desemboca no oceano Atlântico.
Logo no seu início, o rio tem várias quedas d’água famosas, consideradas pontos turísticos do Estado do Amapá. Porém, aproximadamente 70% do seu curso é tranqüilo e fácil de navegar, criando condições para que a população utilize o transporte fluvial e a pesca como meios de fomentar a economia local.
Os índios que moram na região explicam através da seguinte lenda o surgimento do rio Oiapoque:

"Há muitos e muitos anos, em uma aldeia, o povo passava fome, porque a caça já estava escasseando e as árvores morriam por falta de chuva. Crianças adoeciam e os mais velhos, alquebrados pela dificuldades, começavam a morrer.Certo dia uma índia grávida chamada Aldejaci, vendo que seu curumim certamente morreria de fome se nascesse em meio àquela miséria, resolveu fugir da aldeia e procurar um lugar melhor para que pudesse ter sua cria. Dias depois, longe de tudo, a indiazinha sentiu saudades do seu povo e começou a chorar, pedindo a Tupã que a transformasse em uma cobra muito grande, para que pudesse andar pelas matas à procura de um outro local onde pudesse ser construída a aldeia. Tupã, compadecido pelo ato de coragem, fez o que lhe foi pedido. E foi assim que por meses aquela imensa cobra vagou em busca de algum lugar onde houvesse comida e água em abundância. Ela era tão imensa, que por onde passava deixava grandes sulcos na terra.Um dia a índia transformada em cobra encontrou um vale muito bonito, com muita água e frutas, caça em abundância, voltando para avisar seus irmãos de tribo sobre o ocorrido. Era tanta sua felicidade, que esqueceu-se de pedir a Tupã que desfizesse o encantamento. Bem próximo à aldeia, Adejaci sentiu as dores do parto e teve sua cria ali mesmo, no matão. Os índios, vendo aquilo, mataram a criança, imaginando que fosse bruxaria. Aldejaci ficou furiosa, mas não quis atacar seus irmãos de tribo.Sentida com a morte da filha, começou a chorar.E era um pranto tão sentido, tão violento, que as lágrimas, em cascata, preencheram os sulcos deixados por ela, transformando-os em um rio. Aldejaci não quis mais voltar a ser gente. Mergulhou nas águas e adormeceu no fundo do rio. O s índios garantem que nas noite de lua cheia, nas águas se formam grandes redemoinhos. É Aldejaci, transformada em cobra, suspirando pela falta da filha. E quando ela chora, as águas voltam a subir de tal maneira, que alagam as ilhas próximas. Por isso o lugar é chamado de Oiapoque, que na etimologia indígena significa "Rio da Cobra Grande". (UNIFAP, 2005)


FONTES:


CONTE, M.I. A ponte Sobre o Rio Oiapoque: uma ponte transoceânica entre o Brasil e a França; o Mercosul e a União Européia?. 2007. 145 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ. Aqui começa o Brasil: Município de Oiapoque. Oiapoque: 2005. Disponível em: < http://www.unifap.br/dint/municipiodeoiapoque2.htm>. Acesso em: 10 ago 2010.

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