segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Reuso da água

No Brasil apesar de dispormos de cerca de 15% de todos os recursos hídricos do planeta para atender a uma população inferior a 3% da população do globo, podemos dizer que falta de uma maneira geral preservação das nascentes e mananciais, as ações para reverter o processo de assoreamento entre outros processos de poluição (LEITE; MONTE, 2010). Portanto chegamos à seguinte conclusão, pode faltar água apesar da fartura, portanto o reuso da água passa a ser importante, até mesmo pela atual demanda por parte de muitas empresas.
O reuso da água não é um conceito novo, ele é praticado há muito anos. Segundo a CETESB (2010) existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, na disposição de esgotos e sua utilização na irrigação.
Segundo a NBR nº 13.969 de 1997 os tipos de reuso pode abranger desde a simples recirculação da água de enxágüe da máquina de lavagem, com ou sem tratamento aos vasos sanitários e até uma remoção em alto nível de poluentes para lavagens de carros. Geralmente o reuso é apenas uma extensão do tratamento de esgotos, sem investimentos adicionais elevados. Pela norma admite-se também que o esgoto tratado em condições de reuso possa ser enviado para além do limite do sistema para atender a uma demanda industrial ou outras (Engenharia e Projetos, 2010).
Existem vários tipos de reuso da água, abaixo os segue (Universidade da água, 2010):
· Reuso indireto não planejado da água: quando a água utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada.
· Reuso indireto planejado da água: quando os efluentes depois de tratados são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizados a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.
· Reuso direto planejado da água: quando os efluentes, após tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. Geralmente um exemplo mais comum dessa situação é o reuso nas indústrias ou irrigação.
· Reciclagem de água: quando ocorre o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição.
As aplicações da água reciclada (CETESB, 2010):
· Irrigação paisagística: em parque, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, etc.
· Irrigação de campus para o cultivo: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, etc.
· Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento, etc.
· Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo.
· Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.
· Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca.
· Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira, dessedentação de animais.
Segundo a NBR nº 13.969 do ano de 1997 deve haver um planejamento no sistema de reuso. O planejamento deve permitir o uso seguro e racional da água, minimizando assim o custo de implantação e de operação. Segundo a empresa Engenharia e Projetos, (2010) alguns parâmetros devem ser definidos antes da operação:
1. os usos previstos para esgoto tratado;
2. volume de esgoto a ser reutilizado;
3. grau de tratamento necessário;
4. sistema de reservação e de distribuição;
5. manual de operação e treinamento dos responsáveis.
O site Universidade da Água indica dois sites interessantes sobre o assunto, abaixo segue:
www.usp.br/cirra - Centro Internacional de Referência em Reuso de Água
www.abcmac.org.br - Assoc. Bras. de Captação e Manejo de Água de Chuva

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13.969: Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997. 60p.

CETESB. Reuso da água. 2010. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/gesta_reuso.asp>. Acesso em 27 set. 2010.

ENGENHARIA E PROJETOS. Reuso de água. 2010. Disponível em: <http://www.enge.com.br/reuso_agua.htm >. Acesso em 27 set. 2010.

LEITE, L. E. H. B. C.; MONTE, C. S.. Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento. 2010. Disponível em: < http://www.ecovale.org.br/palestras040806/Nota%20Tecnica%20Recursos%20Hidricos%20Saneamento%20e%20Meio%20Ambiente.doc.> Acesso em 27 set. 2010.

UNIVERSIDADE DA ÁGUA. Reuso da água. 2010. Disponível em: <http://www.uniagua.org.br/public_html/website/default.asp?tp=3&pag=reuso.htm >. Acesso em 27 set. 2010.

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