terça-feira, 28 de setembro de 2010

Bebida, é água...

Você usa a água para quê? Pergunta que parece um pouco óbvia, não? Qualquer criança que ouça esse questionamento poderá pensar em apenas uma resposta, quase que instantâneamente: "Para beber, ué!".
Pois bem. O que no passado servia apenas para matar a nossa sede ou para suprir todas as nossas necessidades diárias, hoje em dia tornou-se um produto valioso que assumiu caráter, forma e potenciais jamais imaginados.

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A água está presente em quase todo estabelecimento comercial, de qualquer rua, de qualquer cidade do Brasil. E é quase inacreditável notar as apropriações comerciais que esse recurso sofreu e vem sofrendo. Quer água normal? Tem! E olha que essa "água normal" pode se tornar rara em meio a tantas invenções líquidas...
Quer água com menos íons? (seja lá qual for a utilização disso...) Temos, claro! Problemas de pele, acne, poros sujos, desidratação? Quer melhor hidratação, brilho e maciez para seus cabelos? Todos os seus problemas agora tem solução! Água, nos dias de hoje, serve para tudo. Água, que na sua essência deveria ser incolor, inodora e tudo mais, hoje tem cheiro, gosto e nos casos mais extremos tem até cor! Tudo isso acaba se confundindo com o que queremos e quais são nossas reais necessidades relacionadas aos recursos hídricos disponíveis, sempre tendo em mente que água "pura" pode ser tornar um bem muito raro e valiosíssimo em pouco tempo.
Será que vale a pena atribuir todas essas utilidades a esse líquido "1001 utilidades"? Afinal, água pra quê? Você tem sede de quê?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Reuso da água

No Brasil apesar de dispormos de cerca de 15% de todos os recursos hídricos do planeta para atender a uma população inferior a 3% da população do globo, podemos dizer que falta de uma maneira geral preservação das nascentes e mananciais, as ações para reverter o processo de assoreamento entre outros processos de poluição (LEITE; MONTE, 2010). Portanto chegamos à seguinte conclusão, pode faltar água apesar da fartura, portanto o reuso da água passa a ser importante, até mesmo pela atual demanda por parte de muitas empresas.
O reuso da água não é um conceito novo, ele é praticado há muito anos. Segundo a CETESB (2010) existem relatos de sua prática na Grécia Antiga, na disposição de esgotos e sua utilização na irrigação.
Segundo a NBR nº 13.969 de 1997 os tipos de reuso pode abranger desde a simples recirculação da água de enxágüe da máquina de lavagem, com ou sem tratamento aos vasos sanitários e até uma remoção em alto nível de poluentes para lavagens de carros. Geralmente o reuso é apenas uma extensão do tratamento de esgotos, sem investimentos adicionais elevados. Pela norma admite-se também que o esgoto tratado em condições de reuso possa ser enviado para além do limite do sistema para atender a uma demanda industrial ou outras (Engenharia e Projetos, 2010).
Existem vários tipos de reuso da água, abaixo os segue (Universidade da água, 2010):
· Reuso indireto não planejado da água: quando a água utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada.
· Reuso indireto planejado da água: quando os efluentes depois de tratados são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizados a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.
· Reuso direto planejado da água: quando os efluentes, após tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. Geralmente um exemplo mais comum dessa situação é o reuso nas indústrias ou irrigação.
· Reciclagem de água: quando ocorre o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição.
As aplicações da água reciclada (CETESB, 2010):
· Irrigação paisagística: em parque, cemitérios, campos de golfe, faixas de domínio de auto-estradas, campus universitários, cinturões verdes, etc.
· Irrigação de campus para o cultivo: plantio de forrageiras, plantas fibrosas e de grãos, plantas alimentícias, viveiros de plantas ornamentais, etc.
· Usos industriais: refrigeração, alimentação de caldeiras, água de processamento, etc.
· Recarga de aqüíferos: recarga de aqüíferos potáveis, controle de intrusão marinha, controle de recalques de subsolo.
· Usos urbanos não-potáveis: irrigação paisagística, combate ao fogo, descarga de vasos sanitários, sistemas de ar condicionado, lavagem de veículos, lavagem de ruas e pontos de ônibus, etc.
· Finalidades ambientais: aumento de vazão em cursos de água, aplicação em pântanos, terras alagadas, indústrias de pesca.
· Usos diversos: aqüicultura, construções, controle de poeira, dessedentação de animais.
Segundo a NBR nº 13.969 do ano de 1997 deve haver um planejamento no sistema de reuso. O planejamento deve permitir o uso seguro e racional da água, minimizando assim o custo de implantação e de operação. Segundo a empresa Engenharia e Projetos, (2010) alguns parâmetros devem ser definidos antes da operação:
1. os usos previstos para esgoto tratado;
2. volume de esgoto a ser reutilizado;
3. grau de tratamento necessário;
4. sistema de reservação e de distribuição;
5. manual de operação e treinamento dos responsáveis.
O site Universidade da Água indica dois sites interessantes sobre o assunto, abaixo segue:
www.usp.br/cirra - Centro Internacional de Referência em Reuso de Água
www.abcmac.org.br - Assoc. Bras. de Captação e Manejo de Água de Chuva

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 13.969: Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997. 60p.

CETESB. Reuso da água. 2010. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/gesta_reuso.asp>. Acesso em 27 set. 2010.

ENGENHARIA E PROJETOS. Reuso de água. 2010. Disponível em: <http://www.enge.com.br/reuso_agua.htm >. Acesso em 27 set. 2010.

LEITE, L. E. H. B. C.; MONTE, C. S.. Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento. 2010. Disponível em: < http://www.ecovale.org.br/palestras040806/Nota%20Tecnica%20Recursos%20Hidricos%20Saneamento%20e%20Meio%20Ambiente.doc.> Acesso em 27 set. 2010.

UNIVERSIDADE DA ÁGUA. Reuso da água. 2010. Disponível em: <http://www.uniagua.org.br/public_html/website/default.asp?tp=3&pag=reuso.htm >. Acesso em 27 set. 2010.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Sistema Aquífero Guarani: um recurso hídrico nobre que merece cuidados

O Sistema Aquífero Guarani se apresenta como um importante manancial para o fornecimento de água potável para diversas localidades em que ele está localizado. Segundo Gastmans e Kiang (2004), este sistema ocupa uma área de aproximadamente 1,2 milhões de km², das quais 840 mil km² está em território brasileiro, 225 mil km² na Argentina, 72 mil km² no Paraguai e 58 mil km² no Uruguai. No Brasil, sua localização compreende os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Araújo et al (1999) expõe que o Sistema Aquífero Guarani se constitui nas Bacias Sedimentares do Paraná e Chaco-Paraná, formada por arenito da formação Botucatu e Pirambóia e sobreposto em 90% por rochas basalticas da formação Serras Gerais. Os pontos de recarga de água para o aquífero estão localizadas às marginais da Bacia Sedimentar do Paraná, como explica Araújo et al (1999). Nas margens são encontradas os afloramentos de arenitos, ocorrendo nestes a infiltração das águas pluviais. Nos pontos centrais do aquífero, os arenitos ficam cada vez mais distantes da superfície, na qual, em contrapartida, a camada de rochas basálticas ficam mais espessas. Neste ponto o aquífero fica em total confinamento, não havendo recarga. Os pontos de descarga estão localizados ao longo dos Rios Paraná e Uruguai.
Segundo Rocha (1997), estima-se que o Sistema Aquífero Guarani apresenta um volume de 37 mil km³ de água. As reservas ativas, aquelas que correspondem a recarga natural, são de 160 km³/ano. Porém, para efeito de planejamento, preservando o sistema hidrológico do aquífero, recomenda-se que a explotação seja em valores inferiores a 40 km³/ano.
A água do Sistema Aquífero Guarani apresenta, com exceção de alguns ponto anômalos, uma excelente potabilidade, podendo ser utilizada para diversos fins. Porém, a explotação de seus recursos hídricos não podém ser imediatistas, mas planejada em conjunto entre os países que compõem este sistema.
Até a década de 1970, o aquífero em questão era praticamente desconhecido. A partir daí houve um grande surto exploratório, como a construção de diversos poços ao longo das zonas de recarga. Porém, vale salientar que o conhecimento sobre o aquífero ainda é insuficiente e fragmentado, conforme expõe Rocha (1997). O autor discute que para um estudo mais aprofundado, é necessário uma cooperação a nível estadual e federal entre os países participantes do sistema, adotando assim técnicas unificadas de investigação. Este estudos compreedem projetos de: elaboração de Mapa de Recursos Hídricos do Aquífero Guarani; a identificação das zonas de recarga; o mapeamento de pontos de alto teor de fluoreto na água, que impossibilita o abastecimento público; construção de maior conhecimento quanto a circulação e a renovação do aquífero; determinação do balanço hídrico.
A grande preocupação quanto ao aquífero, objeto deste artigo, é a sua proteção contra a contaminação. Segundo Rocha (1997), ao longo das zonas de recarga se observam diversas cidades e pólos agroindustriais, nas quais os resíduos urbanos e rurais são lançados ao solo ou diretamente aos cursos dos rios. Desta forma, o autor nos chama a atenção, discutindo que
no caso do Aquífero Guarani, administradores públicos e usuários das águas precisam ser
advertidos sobre os perigos de contaminação irreversível das águas, se não houver critério
no uso de produtos químicos, cuidado com os rejeitos industriais e agrotóxicos lançados no
solo. O aquífero encontra-se protegido em quase toda sua área de ocorrência graças ao
tamponamento das espessas lavas de basalto praticamente impermeáveis; as faixas de
afloramento e áreas adjacentes, entretanto, são regiões de infiltração natural das águas,
com elevada vulnerabilidade à poluição. O controle das fontes de poluição aí existentes é
um imperativo para que o reserva tório aquífero inteiro seja utilizado ao logo das gerações
(ROCHA, 1997).
Nas áreas de recarga do aquífero, é imprescindível o controle e até a restrição do uso de alguns produtos químicos tóxicos (fertilizantes, praguicidas etc.). É necessário um aparato legislativo eficiente que torna legal este controle, como já pode ser observado no estado de São Paulo, que apresenta uma legislação específica para águas subterrâneas. Desta forma, se salienta a importância do mapeamento das áreas de recarga, garantido assim sua proteção.
A água do Sistema Áquifero Guarani é um recurso nobre. Sua preservação é importante pois o seu uso tem diversos benefícios para a sociedade: água, em sua grande parte, de excente qualidade para abastecimento urbano, na qual se observa muitas cidade que utilizam o aquífero como única fonte de recurso hídrico; o seu valor econômico, na qual nas regiões de possível explotação atraí indústrias que necessitam de água de alta qualidade (indústria alimentícia, por exemplo), além do turismo terma, já que água pode chegar a temperatura entre 20 a 60ºC.
O Sistema Aquífero Guarani é uma dádiva da natureza a nós, países do cone sul americano. Devemos preservar esta riqueza única, na qual os benefícios desta postura será colhida por nós mesmos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L. M.; FRANÇA, A. B.; POTER, P. E. Hidrogeology of the Mercosul Aquifer System in the Paraná and Chaco-Paraná Basins, South America, and comparison with the Navajo-Nugget Aquifer System, USA. Hidrogeology Journal, n. 7, p.317-336, 1999.
GASTMANS, D.; KIANG, C. H. Avaliação da hidrogeologia e hidroquímica do Sistema Aquífero Guarani (SAG) no estado de Mato Grosso do Sul. Águas Subterrâneas, Rio Claro, v. 19, n. 1, p.35-48, 2005.
ROCHA, G. A. O grande manancial do Cone Sul. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 30, mai/ago 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40141997000200013&script=sci_arttext&tlng=en. Acesso em: 10 set. 2010.
ZIMBRES, E. Guia avançado sobre água subterrânea. Meio Ambiente pró BR, 2002. Disponível em: http://www.meioambiente.pro.br/agua/aguasubterranea.htm. Acesso em: 10 set. 2010.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sites sobre Recursos Hídricos

http://www.cnrh.gov.br/sitio/index.php?option=com_content&view=frontpage&Itemid=8
Conselho Nacional de Recursos Hídricos

http://www.agua.bio.br/
Associação Guardiã da Água

http://portal.cogerh.com.br/
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – Secretária dos Recursos Hídricos – Governo do Estado do Ceará

http://www.unesco.org/water/about.shtml
Portal sobre a água

http://www.saneamentobasico.com.br/default.asp
Portal de Saneamento Básico

http://www2.agua.org.br/
Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí

http://www.abrh.org.br/novo/
Associação Brasileira de Recursos Hídricos

http://www.ana.gov.br/gestaorechidricos/TecnologiaCapacitacao/default2.asp
Agência Nacional de Águas - ANA